quarta-feira, 17 de abril de 2013

"[A FRESTA NO PAIOL]".



"[A FRESTA NO PAIOL]".

Todas as manhãs,Selma dirigia-se ao paiol para pegar os alimentos dos animais.
Fazia isso dia após dia,mês após mês,durante anos.
Já com suas dezoito primaveras completadas,
numa dessas manhãs costumeiramente foi para seus afazeres,
e inesperadamente sentiu sendo sufocada e vendada por uma mão 
envolta num pano em seus olhos e sua boca que apertava-a sem chance de gritar.
Fora violentada sexualmente sem piedade por esse crápula 
que sem nenhum sentimento,aproveitou-se da fragilidade da menina.
Machucada por tanto que foras maltratada,
sem forças para se levantar,ficou deitada de bruços semi-nua,sangrava
 e doía como se tivesse levado uma facada nas entranhas.
Restou-lhe somente uma fresta na parede,onde que,
com os olhos rasos d'água consegui ver o seu predador.
Depois de um tempo,conseguiu se levantar e andar com dificuldade 
voltando para sua casa que ficava poucos metros d'onde 
tinha ocorrido esse horrendo fato.
Entrou tão silenciosamente tal qual tinha saído instantes antes,
daquela desgraça.
Não se manifestou,e nem falou para ninguém.
E sua vida continuou na rotina,que sempre teve dentre muito tempo.
O pai de Selma era pequeno produtor de farinha de milho.
Ainda arcaico,socava seu pré produto em monjolo tocado por água 
corrente e fornalha à lenha.
Uma tarde,no auge da safra teve-se uma notícia de que,
Justino um antigo funcionário da farinheira tinha escorregado 
e caído com a cabeça na mão do pilão do monjolo,quebrando a coluna cervical
 ficando tetraplégico para o resto da vida.
Fatidicamente foi morar no paiol,já reformado para a situação dele,
e bem no lugar,Selma colocou a cama e não deixou tapar a fresta 
que marcou sua vida,e também a mesma que sentenciou aquele que 
Selma empurrou em baixo da soca do monjolo.
Hoje Justino,justamente,só vê aquele pedacinho limitado duma pequenina 
réstia de sol,ou poucas estrelas no céu da noite,pela fresta  do paiol.
Condenado à vegetar,e morrer inerte sem movimentos... 

Um comentário:

  1. Boa tarde. Muito triste o ocorrido, típico de homens covardes e totalmente incapazes sexualmente falando e em todos os sentidos.
    Nada fica impune, ele recebeu o castigo que mereceu.
    Parabéns!

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